Parte I – O Café: a origem e a chegada no Brasil


Diz a lenda (comum na Região de Oromo, na Etiópia), que foi lá que surgiram os grãos de café arábica. Dizem que um jovem pastor chamado Kaldi, notou que seus rebanhos ficavam mais nervosos depois de se empanturrarem com certas frutas avermelhadas. Embora o café tenha sido banido pela Igreja Ortodoxa Etíope por séculos por causa de suas associações com os países islâmicos, hoje Adis Abeba (sua capital), como outras capitais no mundo, é um templo para a  “descoberta” de Kaldi, com suas ruas repletas de cafés, simples, mas sempre lotados.

 

Além disso, a Etiópia ainda é hoje o reduto da mais diversa amostragem de café no mundo. Segundo diferentes estimativas, o que inclui uma certa margem de erro, a Etiópia responde por quase 99% do pool genético do café arábica. Lá são chamados “cafés silvestres ou florestais”, equivalentes a cerca de 5% da produção local, em contrapartida ao “café de jardim ou de pomares”, como são chamados localmente, que é o café arábica típico que consumimos.

De qualquer forma, com alguma verdade ou não pois não há evidência que comprova a tal lenda, o cultivo do café se expandiu, de fato, pelo mundo a partir do início do século XV. De mosteiros do Iêmen foi levado para Meca e Cairo. No século XVI, chegou ao resto do Oriente Médio, à Índia, à Pérsia, à Turquia e ao norte da África. De lá se espalhou para os Balcãs, Itália e para o resto da Europa; em seguida, para o Sudeste Asiático e depois para o continente Americano, apesar das proibições impostas durante o século XV pelos líderes religiosos em Meca e Cairo, e mais tarde pela Igreja Católica.

O fato é que, no continente Americano, foi introduzido, inicialmente na Martinica (Caribe) em 1720. A planta se adapta muito bem no continente, passando de lá para o Haiti (onde ao redor de 1790 respondia por metade do café consumido no mundo), México e outras ilhas do Caribe.

Ao mesmo tempo, o café foi transportado também para a Ilha de Bourbon (atualmente, Reunião, território Francês no Oceano Índico). A planta produzia grãos menores e era considerada uma variedade diferente de arábica, conhecida como “Bourbon”. O “Café de Santos” do Brasil e o café de Oaxaca do México são a progênie daquela árvore de Bourbon.

Sabe-­‐se que no início do século XVIII, (cerca de 1730), o rei de Portugal enviou um mensageiro (Francisco Palheta) à Guiana Francesa para obter sementes de café pois o Rei tinha intenção de fazer parte do crescente mercado cafeeiro. Depois de muitas dificuldades, Palheta conseguiu sementes e brotos suficientes para iniciar a indústria cafeeira do Brasil. No final do século XIX (ao redor de 1890), o café do Brasil foi introduzido no Quênia e na Tanzânia, não muito longe de seu lugar de origem, na Etiópia, onde havia sido “descoberto” há pelo menos 600 anos antes, terminando, assim, a sua jornada transcontinental.

Hoje, o consumo mundial de café está estimado em mais de 160 milhões de sacas de 60kg, o que vem crescendo, em média, entre 1-­‐2% ao ano. A Europa, o maior bloco consumidor de café em nível mundial, responde por um pouco mais de 30% desse volume. A Ásia e Oceania, aparecem em segundo lugar, com um consumo de pouco mais de 20% do total, seguido pela América do Norte, com quase 19% do consumo mundial. Dentre os demais consumidores, está a América do Sul (com cerca de 17% do consumo); África, por volta de 7% e finalmente, América Central e México, que consomem um pouco mais de 3% da produção mundial.
 

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